O Brasil e o Chile prometem intensificar a aproximação entre o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, pois Venezuela está suspensa temporariamente) e a Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, Costa Rica, México e Peru) para uma área de livre comércio. A partir de julho, o Brasil exercerá a presidência-pro tempore do Mercosul e Chile estará à frente da Aliança do Pacífico.
Em Santiago, no último dia de visita ao Chile, o presidente Jair Bolsonaro e o presidente chileno, Sebastián Piñera, ratificaram os termos do acordo de livre comércio entre os dois blocos comerciais.
Os governos do Brasil e do Chile pretendem construir um corredor rodoviário para unir a região Centro-Oeste e os portos marítimos no norte do Chile, “passando pela ponte a ser construída entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, pelo Chaco paraguaio e o noroeste argentino”, como detalha nota conjunta.
Parceria
Bolsonaro e Piñera fizeram uma declaração conjunta, na qual defendem a aproximação comercial e da atuação conjunta no lançamento do Fórum para o Progresso da América do Sul (Prosul), criado em substituição à Unasul. “Estamos assistindo na América do Sul o deslocamento da questão ideológica”, disse Bolsonaro, referindose- à atuação de caráter mais pragmático para a integração do continente.
“Do Prosul só poderão participar os países que tiverem compromisso com a democracia, com a liberdade e com os direitos humanos”, assinalou Piñera em referência à Venezuela cujo governo de Nicolás Maduro é considerado ilegítimo pelo Chile e mais cerca de 50 nações, incluindo o Brasil.
Dados
No seu discurso, Piñera fez um breve histórico sobre a proximidade entre o Chile e o Brasil e reforçou as relações econômicas. Segundo ele, “o Brasil é o principal sócio comercial do Chile na América Latina” e é também “o principal destino dos investimentos do Chile no exterior, com mais de US$ 35 bilhões”.
Pelos dados da balança comercial do Ministério da Economia, em 2018, Brasil e Chile tiveram corrente de comércio (soma de exportações e importações) de US$ 1,3 bilhão. O Brasil obteve no ano passado superávit comercial de 278 milhões.
Um terço das exportações brasileiras para o Chile foi de óleos brutos de petróleo, mas a pauta inclui carne bovina, automóveis de passageiros, veículos de carga, chassis e tratores. O Brasil importa do Chile cobre e salmão, especialmente.
Fonte: Jornal GGN